Por: Reynier Omena Júnior, biólogo.

 

De acordo com o Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos EUA, até 1 bilhão de aves são mortas anualmente por colisão com janelas, considerando todos os Estados e Municípios. Este é um número expressivo e as mortes não despertam a atenção do grande público, porque elas acontecem de forma velada e silenciosa. São espécies nativas e exóticas, com grande prejuízo à dispersão de sementes e à polinização, úteis à perpetuação de florestas e à agricultura.

A colisão pode machucar temporariamente as aves que se chocam, que caem e que se erguem parecendo estarem recuperadas, mas muitas vezes elas morrem posteriormente de hemorragia interna ou hematomas no cérebro pelo choque ou podem ser capturadas no chão por animais domésticos como gatos e cachorros.

Estudos comprovam que uma em cada duas colisões resulta em uma fatalidade. No Brasil, pouco se sabe sobre os dados de colisão de aves contra janelas. No entanto, de acordo com Miguel Marini e Clarissa Camargo da Universidade Nacional de Brasília, cerca de 500 aves trombam e mais de cem morrem anualmente nas colisões com as fachadas espelhadas da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.